17.7.10

Nas margens

Voltei! Bom pródigo o filho que a casa desmorona e reconstrói tudo a sua volta.

Tendo visto tanta coisa tenho que fazer algumas reflexões antes que volte o meu período de insanidade cotidiana. Quer dizer, tudo que eu vivo fora a sanidade do meu casamento, é insanidade.

Poderia descrever a crise da heterosexualidade masculina. Nesse mundo, que temos atualmente e a duras penas conquistado, estamos procurando cada um o seu lugar sem ferir ao próximo.

Experimentar, crerr, saber, aproveitar e se encontrar.

Escutando Os Mulheres Negras.

Volta o tempo. Tento agora passado os tempos me encontrar. Passada a ferro a camisa de aniversário encontrar as coisas a minha volta.
Desejos, desavenças, semblantes, lembranças e sentimentos.
Um canceriano mezzo-dramático.

Primeiro desabafo. Estou feliz. MInhas escolhas são difíceis. Mas decidi ser fiel. Decido amar todo dia uma mulher que me estendeu a mão, os braços, os pés que não tinha e o coração que sempre teve e que enquanto estivermos juntos sei que será meu.
Decido amar todo um mundo que mal me compreende e que mal compreendo. Escolho esculhambar de vez toda a minha inteligência pois ela nesse padrão atual não me leva a nada aproveitável a minha vida. Me distancio dos meus sentimentos.
Escolho ser sincero, melando o já dramático e irreverente.

Após o desabafo tenho algumas coisas pra analisar:
- Síndrome da adolescência precoce.
- Ser ou ter.
- Individualidade e casamento.
- O que eu tenho.
- Sociedade burra ou pessoas desligadas de si mesmas ?
- Estou cansado de fazermos as análises pelo "eu". Embora elas sejam necessárias.
- Qual o caminho a seguir depois desse que estamos tomando ?

Quero dizer por agora que sou uma pessoa que ama, tem desejos(repentinos ou não), fantasia, devaneia, se isola, se concentra, se apaixona.

Tenho quatro paixões no momento, Tati, Luna, Ludo e o Mundo de Sofia. Desconheço a minha irmã e essa nova "filosofia e ética" que surge hoje.

Deixo hoje uma música que nunca tinha entendido
Deixo hoje no papel uma letra sempre inacabada
Vejo o rosto cruel da vida me sorrindo e me dizendo :
- Vem que sou tudo o que você viceja. Vem que tudo o que você ama está aqui.
- Eu amo a vida, mesmo cruel, mesmo fada boa que me dilacera desejos, mesmo fada boa que constrói em mim um caráter para passar aos meus filhos, vida boa que me trouxe o amor, a familia e os amigos. Amo a maldita gramática que arrebento em toda frase que faço.
Uma réstia doce me vem como uma moeda antiga aos olhos, um copo d´agua, vasos de barro e tapete estendidos com paixão no chão.
Essa música inacabada, um som longinquo
Um amor que serviria de paradigma.
Um ser sempre imperfeito e inacabado.
Me sinto a margem
sou do mundo as águas passam e o que eu vejo sempre fica em mim como uma curva de rio.

Tiago Carneiro 17-07-2010

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