29.10.10

COISA(S)
Muitas coisas acontecem.
Maneira genérica de começar um poema que não se quer revelar.
E nada se revela.
Há muita coisa entre o ser e peito e muito mais que a cabeça imagina.
Eu imagino coisas. Eu sou coisas também. Mas as coisa não me fazem.
Eu faço coisas. Eu faço o improvável. Eu amo e me assumo que amo.
São coisas as palavras que uso. Eu uso e elas me fazem, mas elas não
são mais coisas mortais, elas me perpassam e me deixam vivo.
Sou coisa humana, sou coisa de huma-Ana.
Mostrar, dar show, desbravar o novo em público, ser novo em público que se renova.
Condição humana. Coisa de ser humano. Coisa de ser.
Ser eterno, sereno.
Umas coisas no meu rosto mudam, acho que é o carisma.
Outras a vista muda, sou sempre fazendo e sendo feitio.Fetiche d´Eu própria coisa.
Minha barba cresceu, minha barriga cresceu
meus braços se tornaram mais fortes e flácidos, tornei-me homem
meu rosto traz em si uma coisa de mais madureza.
Atrás do meu rosto tem uma coisa de mais dureza
a coisa me fez assim.
Eu me revelo, se eu mudo, eu sou coisa também.

Tiago Carneiro
29/10/2010

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