30.4.11

pequenas porções de amor

nem sei
nada agora tem sentido
faz com calma
faz comprimido
poesia pílula
poesia de nó sentido
versinho pequeno
verso sem polo perdido

9.4.11

nos olhos nos pesares
nos momentos
nos casares
nós eficazes

8.4.11

soldado as eras

naõ sou dado ao espírito prático desses da terra
não sou soldado a esses moldes perdidos de eras
não sou soldado a esses de espíritos de guerra
sou solidario até o ponto em que ponte alcança ao outro
sou dano e danado ao torso nú que não se faz e erra
sou dando e o que o recebo ?
sou pedindo e o que vem é placebo ?
navalha na carne vísceras e mandiocas
o gelo não frutifica o que somente se vê
se furta fuga com ardor e precisão
nela o meneio de glamour do que se oprime e omite
omitimos para nós mesmos mas que palavras
haja visto o parque que é bonito
contudo por trás é uma história de demoliçãode de histórias mal contadas
eu deixo pra você uma serpente inglória de hostentadas versões
destes versos sórdidos e irracionais
sem sombras sem o que barra.
Barra, barba, unhas e cabelos enormes aceite
azeite em ti o homem travestido o corpo faminto daquilo que a consciência quer
vai se a concha também
esvaessem sohos amém
agora o lance é de bar
bar de tolos
bar de babantes
bar de balanços
bar de celofanes
bar de Perséfones e Lusíadas
bar de Bandeiras déspotas
bar de maririos
sons
sintos, cintos e vultos
sem vulvas e linguagens concretas de sensações próprias
razões mesquinhas
não sou prático
dando voltas
vagos vesgos vasos
ver tem ser palavras
barras não são elas que graças ao Zeus não me prendem a você.
Na verdade não depreendem de ninguém.
Repreendem a derme de mim mesmo.


Tiago Carneiro

é teu ? tb ?

te vejo triste sem força cansada
minhas mãos foram feitas pra te tocar
mas tudo isso só acontece no esteio das horas
e acho que minhas palavras também

é a cor dos seus olhos
é o perdido das palavras
é o silêncio dos momentos

água bate na areia da praia vazia
no que penam teus ares ?

nas ruas não é assim ?
tem astes ? tem casas-mata e alterares ?
o que segura o mote então ?

teus olhos, tua água
teus jeitos
acho que foi numa noite dessas bem estafafúrdias
foi lá que eu achei e desbussulei e vi os veios
daquela madeira
não na verdade foi antes
foi tronco
foi sem cordão
foi semente
e foi nesse dia de pastéis lambusados de óleo
de nós
dos nossos lençóis

tem tanta coisa...
tem as diferenças também
e são tantaas...
posso começar a listar ?
A noção mais prática da vida
a percepção iluminada da história de nós dois
o gosto ventio das coisas
o dorso refeito de curvas
o prazer de dar dor ao que não tem, não nisso somos iguais e equi-valentes.

Quero ver verter-te as fibras
sempre seja de gozo ou de uma simples mordida no pedaço de bolo quente mais gostoso.

perdas e ganhos num mundo tamanho
senhas, senhos e sonos


tudo parece sobrando...
mas é justo
cabe em mim e em ti.

Piano em Santana

nem escutei o piano de manhã de noite eu só vi um amontoado
não parei mas ponho reparo
tempo diferente

6.4.11

LONGA É JÁ ERA TARDE E NOITE VAZIAS

Não havia turistas lá me olhando
eu passava como se fosse de lá
de lá de dentro dos corpos dos olhos
das vestes das ruas
eu era o próprio asfalto quente
o rosto ressabiado
o gosto ressabido do chiclete muito mais que mastigado
as árvores descascadas os galhos que cresciam desvisados sobre os fios
eu era o rio solapado por esteira inteiras de concreto e piche.
Vistas e revistas expostas
lascas
envesgasdos envergados
falta espaço
faz-se mais espaço
surge tudo vertical
sem luz cego nublado
esfumaçado trôpego
então é tudo desajeitado
as roupas ruins misturadas com as boas
raras refeitas as segundas
as terças enfadonhas
e a quarta quinta sexta sábado domingo
alcinantes
seu rítimo é frenético teu tempo me transpassa
eu ali não sou turista eu por aí não estou mitigado
estou sou fico fui em litígio comigo-rua-prédio-avenida
de notar a noite de notas frias nem tudo é penumbra
raios ainda aparecem e tudo já se fez e refaz a manhã
desponta cético sem luz
desaponta crente que se deixa e não conduz
histórias e memórias apagadas guardadas durante
ser depois e vir a se perceber
não se enxerga nada
apenas os neons e o que se reflete do reflexo da lua
num lago lá apagado logo mais ali perto se pagarão os peixes
se pegarão os açoites e aceites
ali logo mais sem tempo eu fico de se esperar o tempo o condutor
o chofer o motorista o motoboy travesso que transpassa o carro e pronto
ele já foi e vai pra one falei físico seu torpe corpo e sensiência
vira o pó que não se verá na manhã única do de repente um dia a gente faz garota
dá dó dá dor desmembra deslumbra o que é a corrida cumprida
o que é a lida cansaço vislumbra aquela cama encarnada
marcada do corpo da hora da carne da varanda
de longe o som do sonho da orelha marasmo vai e vem
vou e vai
vai e vive
distante e perto
litigante e des-perto
ciganas árvores no prédio
chá charutos vendas iverídicas
virtuoses chão
era pisada após pisada ali
pigarro tosse turismo
centro sul oeste norte leste peri feria
ganha alcança assanhagabaú
galeras puxadas sem garatias desdém manias
miragens em frente ao fogo foge a imagem
fode a viagem
finca a ferro e calor a essência
forja figuras entorta astúcias
verdadeiras relaxos capachos de sua própria ruína
nem sempre se olha
já não se trabalha mais com o percebido
não se sabe mais o que é real pois o que se tem dentro
por vezes é ilusório inunda e não se encontra
desliza rumo ao sonho bussolar que não deixa as horas
que passam enquanto se perde no inútil
o seu dentro não ocupado sua ininqua propriedade
o cérebro vagueia na vasta impropriedade de não se ver então
sou pedra qeu virou cascalho que virou brita que se misturou ao chão
a perda pedra primeira e não era mais um mais era milhares
com algo pergunta e andando sobre onde está você que me chamou a consciência agora
eu era pequeno e me fingia sorrir pra perguntar ao próximo qual a minha saída
sem nada a reconhecer sem nada a falar apenas a me fazer sentir ao próximo a pena
a cena indigesta de me ver adulto em corpo maleável de angústias que tento vencer
viver na lógica na sórdida emboscada do mérito indistinto ao invés de viver distinto adiquirindo minha única dignidade
foi pisado que deixou passar foi asfalto fundido que se deixou migrar pela água do choro e da chuva
nem mil lágrimas nem o troco pouco do poema nem o rossto fosco de quem finge pena
são amoras que avenidadas divinam a barriga que de si só não se mais necessita
perda infinda da vida
sou de nada então ? se o que faço não me é mais meu ? se o lusco fusco da paisagem interiorana é mais que o espelho quebrado do que já se lançou e perdeu-se no relógio da má vontade...
era um outro dia e era um eu
e estava completamente diferente
nunca sou nada daquilo e olha que eu pensava
ensaiva que era ?
eninava a mim mesmo por eras ?
não era mais assunto era perambulante
era o que de quem que era que queria então ?
sem exclamações
semppontos
sempontoafinal
semsaber foi algo de persi a se constituir
construção sexo ensimologia palavra
retalhos rebanhos dantanhos dantes estivessem se conectados
cansa
reflexão refeição desbaratinada
desabriga desfilia o justo tecido entrecortado para lhe bem servir
não se é mais amalgama amarga ser doce então
passivo compulsivo sem perdão orda olaria
tijolo por ti juro numa resenha hilária
levante de andares calcários para bestas causcasianas
canastra cana tara cama para
nem levantei ainda do grude preto que me prende nem calço nem calo nem calçada
aida passam assim sem ver sem maiores problemas e o que não tem solução é o nãose movimentar corretamente com espinhela erguda e coração preenchido de se saber
diante de agora diante de vai ser é tudo é o que há que há rã que não é nada
e se muito se sabe que se é mais um
zoom fervendo zasplast terreno
tentativa e erro de eros
de rancores e rasgos libertadores ad eternum
poucas lavras de lavouras e colheitas ceifadoras e ceifadeiras
cebolas cenouras batatas aos porcos poucos vencedores as baratas
nem ninguém
nem nada
tudo new e lista e acaba
tangentes verves e vertentes tresloucadas
tangerina no pé
para
parado
inconsciente
incocente
a pé
com dois pés se não andar acaba
e sem fim
a margem
as frentes de novas batalhas.

Tiago Carneiro
06/04/2011